Na segunda metade do século XX, um missionário americano passava pela cidade de Pedro II, no Piauí, quando um garimpeiro do recém descoberto garimpo de opala ofereceu-lhe uma avantajada pedra de opala por um preço insignificante. Como o missionário não conhecia esse minério e não sabendo por isso mensurar o seu valor, prontamente rejeitou a oferta, pois pensou tratar-se de um fragmento de rocha local sem importância econômica. Depois de algum tempo, ao regressar ao seu país, tal foi sua surpresa quando se deparou com joias de altíssimo valor derivadas da opala. Só então percebera que havia perdido uma boa oportunidade de lucrar financeiramente. Voltando ao Brasil, foi às pressas a Pedro II na intenção de comprar a preciosa pedra por excelente preço. Mais uma vez foi surpreendido! Descoberto o valor da opala também aqui, pequenos fragmentos do minério já custavam uma fortuna. Frustrado, o missionário só pôde lamentar seu infortúnio.

Há muitas pessoas na estrada da amargura e da frustração por não terem sabido reconhecer o valor de um tesouro infinitamente superior: sua própria família. Maridos que perderam sua esposa, lar e filhos; esposas que perderam esposo e filhos; e filhos que perderam os pais por não saberem reconhecer o valor afetivo, social, ético, moral e espiritual de sua própria família. Vidas que vagueiam desconsoladas pela estrada da amargura e que desejariam só uma chance para recomeçar e fazer tudo diferente. Mas para muitos já é muito tarde. Conquanto reconheçam agora o grande valor do tesouro que desprezaram, não dá mais para recuperá-lo. O casamento terminou em divórcio, a relação afetuosa com os filhos transformou-se em um mar de ressentimentos e ódio, os pais que foram desrespeitados e ofendidos já partiram para a eternidade, não é mais possível uma súplica de perdão. Infelizmente é tarde.

Em Provérbios 11:29 está escrito que aquele que perturba a sua casa herda o vento, fica sem nada. Aquele que não valoriza sua própria família, também. Esse é o infortúnio de todo aquele que perturba sua casa com brigas, desentendimentos, desrespeito e ofensas. Daqueles que transformam sua própria casa num campo de concentração. Filhos que não amam e não honram seus pais, pais que irritam seus filhos e os tratam asperamente, cônjuges que destroem o respeito e carinho recíprocos com brigas e ofensas pessoais. Mais cedo ou mais tarde, todos esses hão de descobrir que desperdiçaram seu maior tesouro. Mas aí será tarde demais. Por isso leitor, reflita sobre isso! Você tem valorizado seu maior tesouro, sua família?

Pr Domingos Machado