05/04/2023
COMO FAZER SUA ESPOSA TRATÁ-LO COMO REI
“Como a macieira entre as árvores da floresta, assim é o meu amado entre os outros homens. Eu me sinto feliz nos seus braços, e os seus carinhos são doces para mim”.
“Prometam, mulheres de Jerusalém: se vocês encontrarem o meu amado, digam que estou morrendo de amor”.
“Cantares 2:3, 5:8
Introdução
Hoje reproduzo aqui em forma de texto um estudo que compartilhamos no último encontro do ministério de homens da IBBV. Acredito que muitos maridos podem ser abençoados por Deus através dessas reflexões da palavra de Deus, eis aqui escrito o que dissemos oralmente. Em outra ocasião compartilharemos com as senhoras da igreja o tema “como fazer seu marido tratá-la como rainha”
Pois bem, as palavras do texto bíblico acima foram ditas pela esposa ao marido, no cânticos de Salomão. Ao lê-las, maridos, somos imediatamente remetidos ao nosso relacionamento conjugal. Como gostaríamos que nossa amada nos dissesse essas coisas e agisse assim conosco, não é verdade?! Pois um dos maiores sonhos de todo marido é ser tratado com todo carinho e amor em todo tempo por sua esposa. Ser desejado, ser querido e amado por aquela com a qual ele uniu sua vida. Todo marido sonha ter ao seu lado uma mulher que lhe sirva a todo tempo, que lhe deseje tanto a ponto de se sentir alegre quando ele chega em casa e que fica triste quando ele sai. Uma mulher sempre apaixonada, que se sinta muito feliz em seus braços e que o trata como um rei.
Entretanto, a realidade conjugal de muitos maridos é outra. O que ele tem em casa é uma mulher fria, briguenta, birrenta, que não o auxilia, não o serve, não o deseja; que se alegra com sua saída e se entristece com sua chegada. E que se lhe serve de alguma maneira, o faz por fria obrigação. A vida sexual é escassa, as demonstrações de afetos mais raras ainda; mas, por outro lado, as cobranças e a insatisfação se multiplicam. O marido então se sente tratado muito menos que um escravo da família.
Por que isso acontece? Será que nos casamos com a pessoa errada? Onde está aquela mulher daqueles primeiros anos de casamento, tão atenciosa, pronta para servir, cheia de afetos e que nos tratava tão bem? Maridos, nunca podemos esquecer de que as pessoas mudam, e às vezes mudam para pior; entretanto, geralmente (mas nem sempre), essas mudanças são reações às mudanças do outro. Em outras palavras, geralmente temos a esposa que o marido que nos tornamos construiu. Como queremos que a esposa nos trate como rei se a tratamos como empregada doméstica, escrava sexual, como mera subordinada? Como queremos ser amados, respeitados e que ela nos seja submissa se a machucamos com palavras e atitudes, e agimos como tiranos?
Homens, não há segredo, se queremos ser tratados como rei pelo nosso cônjuge, então precisamos tratá-la como rainha. Mas como fazer isso? Creio que a resposta a esta pergunta pode ser achada em dois textos bíblicos: Efésios 5:25-28 e 1 Pedro 3:7. Vamos lá então:
Efésios 5:25-28
“Maridos, ame cada um à sua esposa, como Cristo amou a igreja. Ele entregou a vida por ela, 26a fim de torná-la santa, purificando-a ao lavá-la com água por meio da palavra. 27Assim o fez para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha, ruga ou qualquer outro defeito, mas santa e sem culpa. 28Da mesma forma, os maridos devem amar cada um à sua esposa, como amam o próprio corpo, pois o homem que ama sua esposa na verdade ama a si mesmo.
1 Pedro 3:7
“Da mesma forma, vocês, maridos, honrem sua esposa. Sejam compreensivos no convívio com ela, pois, ainda que seja mais frágil que vocês, ela é igualmente participante da dádiva de nova vida concedida por Deus. Tratem-na de maneira correta, para que nada atrapalhe suas orações”.
Portanto, esses dois textos nos ensinam que, se o marido quer ser tratado como rei por seu cônjuge, ele precisa:
1. Em primeiro lugar, AMAR SACRIFICIALMENTE SUA ESPOSA (como Cristo se sacrificou pela igreja). Paulo escreveu: “Maridos, ame cada um a sua esposa, como Cristo amou a igreja. Ele entregou a vida por ela”. Aqui, o apóstolo Paulo ensina que o marido deve amar sua esposa, como Cristo amou a igreja. Que grande desafio, não é mesmo? E não se trata de qualquer tipo de amor. Fica aqui estabelecido o tipo e o padrão do amor que é exigido no casamento cristão.
O amor requerido aqui é o amor ágape. O esposo deve amar a esposa não apenas sexualmente, embora ele também deva ser o amante de sua esposa e suprir todas as necessidades sexuais dela, mas o amor exigido aqui é o amor ágape. Esse tipo de amor é mais que uma simples emoção humana, mais que sentimento romântico, mais que a atração sexual ou paixão inflamada e indomável de possuir o outro, é atitude, é entrega, é amar como Cristo amou” (Wilson, 2012, p.66). O amor que o marido deve ter pela sua esposa “é decisão de querer e fazer o bem”. Você prestou atenção aqui? Amar é querer e fazer somente o bem ao ser amado e nunca o mal. Como Deus nos amou e sacrificou seu filho por nós (João 3:16), assim o marido deve amar sacrificialmente sua esposa. Digo sacrificialmente porque muitas vezes ele tem que sacrificar seus preconceitos, seu machismo, seu temperamento grosseiro, sua estupidez, seu orgulho machista e tantas outras coisas a fim de viver bem com sua esposa. É evidente que “só o amor de Deus em nós pode capacitar a amar assim” (Keller, 2012, 100). Esse amor é fruto do Espírito (Gl 5:22), pois homens “na carne” não amam assim. Em outras palavras, um marido só pode amar sua esposa adequadamente se for um verdadeiro cristão e estiver sob o controle do Espírito Santo (Ef. 5:18).
O verdadeiro amor conjugal requer entrega do amante ao ser amado. O padrão do amor é expresso no texto de Paulo assim: “Cristo amou e se deu para o bem dela, ele fez isso para apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha, ruga ou qualquer outro defeito, mas santa e sem culpa. Em outras palavras, para fazer dela, a igreja, sua esposa ideal para ele mesmo. Amados maridos, se nós queremos a esposa que tanto sonhamos, precisamos amá-la e transformá-la através de nosso amor e doação. Não há outra forma de transformar as pessoas. Se não for por amor, então qualquer mudança que exigimos de nosso cônjuge é tirania. Em outras palavras, se quero ser amado como rei, preciso amar a esposa como minha rainha. É doando a si mesmo ao cônjuge que alguma mudança real acontece, e não impondo. É claro que isso não é fácil. Jonh Blanchard diz que, para nós maridos, “é mais fácil dar qualquer coisa que tenhamos do que dar-nos a nós mesmos.” Dar-nos a nós mesmo implica em nos despirmos de tudo aquilo que o amor ágape não aceita e nos revestimos de atos de bondade que caracterizam esse amor, pois, como escreveu Paulo,
4 Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso.
5Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas.
6Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo.
7Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência. (1 Cor 13:4-7NVT).
Isso é amar sacrificialmente como Cristo amou a igreja. Esse padrão de amor transforma e não deforma relacionamentos. Esse tipo de amor transforma a pessoa amada e não a constrange ou violenta seus direitos. Quem fere não ama, quem ama cuida, honra, respeita e protege. Você, marido, tem amado assim?
2. Se você ama seu cônjuge como Cristo amou a igreja consequentemente, em segundo lugar, você aprende HONRAR, RESPEITAR e SER COMPREENSÍVEL com sua ESPOSA. Pedro escreve: “Da mesma forma, vocês, maridos, honrem sua esposa. Sejam compreensivos no convívio com ela” [...] “Tratem-na de maneira correta”.
Veja que o apóstolo diz que o marido precisa honrar sua esposa. O que significa isso? Em outra tradução está escrito: “tratai-a com dignidade”. Portanto, honrar sua esposa é ter cuidado com ela, é respeitá-la como pessoa, como mulher, como esposa, como o sexo mais frágil. Marido que desrespeita sua esposa não tem respeito por si mesmo. Quando o marido xinga sua companheira de vagabunda, rapariga, safada, sem vergonha ou qualquer palavra de baixo calão, além de ferir a honra e dignidade dela, deprecia a si mesmo, visto que escolheu viver com uma mulher dessa estirpe. Que vergonha é ver um esposo tratar sua companheira assim. Tal atitude não apenas é pecado aos olhos de Deus como atualmente é crime tipificado como abuso e violência doméstica. A Lei 14.188 de 2021 inclui no Código Penal o crime de violência psicológica contra a mulher, a ser atribuído a quem causar dano emocional “que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões”. Como posso esperar ser tratado como rei por uma pessoa a quem não trato nem como gente!?
Pedro diz ainda que o marido deve ser compreensivo com sua esposa na vida comum do lar, isto é, entender suas fraquezas, suas crises, suas dificuldades como pessoa. Mulheres também erram. E como erram! Não esqueçamos que elas também são filhas de Eva. Às vezes são irritáveis, principalmente na TPM ou na menopausa; às vezes sensíveis demais e pacientes de menos; às vezes propensas a se sentirem infelizes quando tudo vai mal, e nem sempre gratas quando tudo vai bem. Geralmente guardam muitas mágoas e pouco dinheiro. Nem sempre estão à disposição sexualmente (a velha estória da dor de cabeça). Contudo, o esposo deve ser sempre compreensivo, paciente; e quando precisar, sempre corrigi-la com brandura e compaixão. Isso não é difícil quando lembramos que somos ordenados a amar a esposa como Cristo amou a sua, a igreja, e se entregou por ela. E quando lembramos de que nós, sua noiva, frequentemente lhe damos muito trabalho. O marido deve estar atento às necessidades da esposa, o que significa esforçar-se para suprir todas as necessidades dela, seja materiais, emocionais ou sexuais. O marido deve ser o provedor de seu lar e de sua esposa. E mesmo quando ela trabalha fora e ajuda nas necessidades materiais do lar, ele deve ser parceiro dela em suas necessidades pessoais. Há esposos que se aproveitam do fato de a esposa ganhar mais que ele para levar uma vida improdutiva e às custas dela. Além de profissional no mercado de trabalho, ela se desdobra em trabalhos domésticos, educação dos filhos, e em seus deveres como esposa. Pior, há esposos que além de não suprir as necessidades de sua companheira, ainda brigam e usurpam indevidamente o que ela ganha. E às vezes com ameaça ou violência. Não preciso lembrar que isso também é pecado e crime, preciso? Não há problemas em a mulher trabalhar fora e suprir família com o suor de seu rosto, o problema é o marido não trabalhar de jeito nenhum. O marido precisa trabalhar para dar um pouco de segurança financeira para sua família e ter dignidade pessoal.
Além disso, o esposo deve suprir as necessidades emocionais e sexuais de sua esposa. Ele deve amparar, consolar, aconselhar, encorajar, isto é, ser o arrimo emocional de seu cônjuge. Ele precisa ouvir o coração de sua amada e compartilhar de suas preocupações. Sexualmente, o marido deve ser o amante de sua esposa. Alguém já fez a distinção entre o dever de amar e o dever de ser amante da esposa. O dever de amar a mulher diz respeito ao carinho, o apreço, à dedicação, à valorização e ao cuidado que o esposo tem pela esposa. Já o dever de ser amante concerne à expressão física e sexual do amor conjugal, o que implica em satisfazer as necessidades sexuais de sua esposa. Salomão escreveu: “Portanto, alegre-se com a sua mulher, seja feliz com a moça com quem você se casou. Que ela cerque você com o seu amor, e que os seus encantos sempre o façam feliz!” (Provérbios 5:18).
Algo digno de nota é a justificativa que Pedro dá para que o marido ame, respeite e cuide de sua esposa. Ele diz: “Tratem-na de maneira correta, para que nada atrapalhe suas orações” (1 Pedro 3:7). Quando um marido não vive com sua mulher de acordo com as Escrituras, descobre que não é capaz de orar com ela. Deus não aceita as orações que marido e mulher oferecem num ambiente de luta, de briga e discórdias. Ele quer que se reconciliem, para que possam orar juntos em paz e harmonia e, assim, desfrutar as incontáveis bênçãos divinas. É hipocrisia quando o marido busca comunhão com Deus em oração, a quem ele não vê, se não consegue ter comunhão nem com sua esposa, a quem ele vê e prometeu amar. Um marido desrespeitoso e abusador não pode orar porque, conforme diz um escritor cristão, “os suspiros da esposa ofendida se interpõem entre as orações dele e os ouvidos de Deus”. A fim de haver paz e harmonia no lar, é importante que marido e mulher se arrependam e se reconciliem um com o outro antes de falar com Deus, e assim andem na vida comum do lar de modo agradável a Deus.
Conclusão
Para concluir, podemos dizer, de tudo que discutimos aqui que, se quisermos ser tratados como rei pela esposa, PRECISAMOS TRATÁ-LA COMO RAINHA, isto é, amando-a sacrificialmente, honrando-a, respeitando-as, tendo paciência com ela e suprindo todas as suas necessidades. É fácil? Não. Mas é nosso dever de esposo cristão. E se essa motivação de ser tratado como rei pela sua rainha não é suficiente para você procurar ser um marido melhor, não esqueça, um marido ruim é uma desonra para Deus e mal testemunho; além disso, Deus não aceita as orações de um marido assim. E que ele nos abençoe em nome de Jesus.
Pr Domingos Machado
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